Reitor presta esclarecimentos e UFT afirma que vai investigar denúncias

Reitor presta esclarecimentos e UFT afirma que vai investigar denúncias

Edson Fonseca
Há 9 anos
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17/12/2015 as 18:37

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O reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), Márcio Silveira, prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Brasília, sobre a suspeita de desvio de recursos públicos federais envolvendo a universidade e a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto). A informação é da assessoria de comunicação da UFT, que também disse na tarde desta quinta-feira (17) que está apurando as denúncias internamente.

A operação Apoio Zero foi deflagrada nessa quinta-feira (17) para cumprir oito mandados de condução coercitiva e dez mandados de busca e apreensão em Palmas, Porto Nacional, Gurupi e Rio de Janeiro. A ação é realizada em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e com a Controladoria Geral da União (CGU).

De acordo com a PF, a UFT teria repassado dinheiro à Fapto para projetos de ensino, pesquisa e extensão. O dinheiro era transferido de contas específicas de projetos para contas da administração da Fapto, mas parte dos valores não voltava às contas dos projetos.

Por isso, a polícia acredita que parte do dinheiro possa ter sido desviado para outras pessoas e empresas ligadas aos gestores da Fapto, através de transferências e saques.

UFT
Por meio de nota, a UFT disse que a Fapto é uma instituição autônoma e com ritos independentes da gestão da universidade. Conta com o conselho fiscal e deliberativo, onde são tomadas as decisões e aprovadas às contas. “Nesse sentido, o reitor esclareceu junto à Polícia Federal não ter indícios que o levem a suspeitar da lisura dos procedimentos da Fapto.”

Também segundo a universidade, o documento encaminhado pela PF ao gabinete da reitoria “deixa claro que não há provas de envolvimento do reitor e dos demais dirigentes da Universidade em supostos procedimentos ilícitos, que, por ventura, tenham ocorrido na Fapto”. Por fim, a UFT afirmou que está à disposição para contribuir com as investigações.

O G1 procurou a Fundação de Apoio Científico e Tecnológico do Tocantins (Fapto) na tarde desta quinta (17), mas não houve resposta até a publicação desta reportagem.

Investigação
Conforme a PF, as investigações começaram em julho desse ano e com autorização judicial foram feitas análises de extratos bancários. Os documentos mostram que em 2014 foram movimentados R$ 6.629.797,37 entre contas correntes específicas de diversos projetos e contas genéricas da administração da Fundação.

Desse total, R$ 4.001.806,51 saíram de contas de projetos e foram para contas genéricas da Fapto. Já o montante de R$ 2.627.990,86 saiu das contas genéricas para contas específicas dos projetos. Ou seja, houve uma diferença de R$ 1.373.815,65 que saiu das contas específicas de projetos para as contas particulares da Fundação. Segundo a polícia, não houve a comprovação de que esse recurso foi aplicado na execução de projetos.

Veja a nota enviada pela UFT:

Nota de esclarecimento

“A Universidade Federal do Tocantins (UFT) informa que está apurando internamente os trabalhos de investigação da Polícia Federal sobre possíveis problemas envolvendo ações administrativas da Fundação de Apoio à Pesquisa e Extensão (Fapto). O reitor da instituição, Márcio Silveira, está em Brasília, e foi espontaneamente a sede da Polícia Federal da Capital para esclarecer os fatos que cabem a ele como gestor da UFT. A Fundação é uma instituição autônoma e com ritos independentes da gestão da Universidade. Conta com o conselho fiscal e deliberativo, onde são tomadas as decisões e aprovadas às contas. Essas contas também são auditadas pelos órgãos federais de controle. Nesse sentido, o reitor esclareceu junto à polícia federal não ter indícios que o levem a suspeitar da lisura dos procedimentos da Fapto.

A Universidade esclarece ainda que o documento encaminhado pela Polícia Federal ao gabinete da reitoria deixa claro que não há provas de envolvimento do reitor e dos demais dirigentes da Universidade em supostos procedimentos ilícitos, que, por ventura, tenham ocorrido na Fapto.

No entanto, a UFT, primando pelo compromisso ético com a educação e a sociedade tocantinense, através de seu corpo gestor, se coloca a disposição para contribuir com as investigações e informar corretamente sobre esses acontecimentos, na medida em que os mesmos forem sendo devidamente esclarecidos.”

G1 Tocantins.

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