A mulher que foi presa após matar e comer carne de cães de rua em Araguaína, no norte do Estado, rejeitou o atendimento psicossocial prestado pela equipe do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS II). Ao ser localizada em condições de rua, ela fugiu dos profissionais.

A Justiça, ao conceder liberdade provisória à mulher presa na semana passada, determinou que ela recebesse atendimento psicossocial. A Polícia Militar, ao chegar ao local, encontrou 8 cães adultos, 2 filhotes e 15 peles de animais mortos penduradas em um varal improvisado.

A Defensoria Pública afirmou, após a prisão, que ela necessitava de tratamento psicossocial, o qual foi aceito pelo juiz em plantão. No entanto, a mulher não cumpriu a decisão e não foi à unidade do CAPS de Araguaína dentro do prazo estipulado.

Na sexta-feira (24), a Secretaria de Estado da Saúde (SES) descobriu que a mulher estava vivendo em situação de rua, após a demolição da casa em que ela residia.

“A equipe concluiu que a usuária apresenta vulnerabilidades sociais e emocionais significativas, sendo necessário uma atenção e cuidado especializado com suporte psicológico e psiquiátrico no CAPS II que foi recusado pela mesma. A paciente não aceitou o atendimento e evadiu-se do local que foi encontrada”, disse a secretaria.

A SES informou ainda que notificou as autoridades competentes e o Poder Judiciário acerca do caso, juntamente com orientações sobre a procura de parentes e de mecanismos de apoio social, para o auxílio à inserção da usuária na comunidade

Entenda

No último dia 21, uma denúncia anônima levou a Polícia Militar até a casa onde vivia a mulher. O imóvel abandonado fica localizado no setor Vila Nova, onde uma mulher estava mantendo animais em cativeiro.

Vizinhos relataram às autoridades que estavam notando a ausência de animais nas proximidades. À noite, os moradores da área também ouviam sons de animais.

À polícia, a mulher confessou ter matado cerca de dez cães para se alimentar e que as peles que estavam penduradas no varal eram de animais que foram sacrificados e acabou sendo detida e conduzida para a delegacia.

A PM informou que os animais encontrados vivos no imóvel estavam em más condições, sem alimentação nem água limpa.

A mulher foi presa sob a acusação de maus-tratos a animais domésticos, que é punível com pena de até cinco anos de reclusão e não admite fiança. No entanto, o juiz destacou que, mesmo sem fiança, seria possível conceder a ela, liberdade provisória.