A menor cidade do Tocantins e a quarta menor do Brasil segundo o IBGE, Oliveira de Fátima, a 130 km de Palmas, tem cerca de 10 mil cabeças de gado e uma população de 1.104 habitantes, ou seja, quase 10 vezes mais bovinos que pessoas. O município tem apenas 99 carros registrados e cerca de 600 eleitores a mais que moradores.
Como a maioria das cidades às margens da BR-153, também existe uma avenida chamada Bernardo Saião, onde estão os principais comércios, a agência dos Correios, a Prefeitura, o posto policial e uma escola estadual. Uma cidade tipicamente interiorana.
A população mais jovem diz gostar de viver no lugar. “Uma cidade tranquila. A gente vive bem aqui, conhece todo mundo. Tenho muitos amigos. A gente aprende a gostar de todos”, diz o estudante Wesley Lourenço.
“Aqui todo mundo se ajuda, a gente sai na rua e dá bom dia para todo mundo. Na escola a gente também tem um companheirismo muito forte”, afirma a estudante Moira Botelho.
O casal Crisonte Coelho e Marilene Silva curtem a aposentadoria vendo os caminhões passarem na BR-153.
“A diversão daqui é essa, quando eu não estou fazendo algum serviço, para não ficar o dia todo à toa”, diz o aposentado.
“Mexendo com uma costurinha, fazendo um tapetinho, um crochê, bordando alguma coisa”, conta Marilene.
Criada em 1972, foi distrito da cidade de Porto Nacional e depois de Fátima. Em 1995, aconteceu a emancipação. A primeira eleição para prefeitos e vereadores foi no ano seguinte.
Antes de Oliveira de Fátima ser um distrito e se tornar um município, o local era uma grande fazenda. As terras pertenciam ao pioneiro Filinto Gomes Sertão, de 96 anos, que ainda vive no lugar.
Quando a cidade foi criada ele tinha 44 anos. “Vendi cerca de 10 alqueires para prefeitura porque quando comprei do meu irmão, não havia estrada passando. Quando a estrada começou a passar eu desgostei e vendi.”