Representantes da sociedade civil entregaram resultado à presidente Dilma
No início da noite desta segunda-feira, 13, a presidente Dilma Rousseff (PT) recebeu das mãos de representantes da sociedade civil o resultado do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana do Sistema Político, no qual o povo expressa a necessidade de uma Reforma Política no País. A entrega do documento foi realizada em Brasília e teve a participação de 19 entidades das 480 que realizaram o plebiscito.
A presidente apontou a importância desta reforma para que o Brasil se torne cada vez mais democrático. ”Sinto a força e o cheiro de uma transformação, porque vocês conseguiram mais que uma fala teórica e genérica, vocês estão comemorando uma ação. Vocês defendem uma tese na qual eu acredito profundamente. Esta é a mãe de todas as reformas”, afirmou a presidenta para uma plateia lotada de jovens.
Dilma Rousseff destacou que só a participação popular cria as condições para a Reforma Política. “Nenhuma instituição se autorreforma sem a participação popular”, explicou Dilma, lembrando que a constituinte é o melhor caminho para realizar esta reforma. ”É uma boa proposta, porque não serão aqueles que no exercício do mandato que reformarão as instituições políticas do País, mas uma instância convocada exclusivamente para este fim, e que depois se dissolve”.
A candidata à reeleição à Presidência da República também explicou que não basta convocar a constituinte, mas é preciso que seja votada em plebiscito, para que de fato a Reforma Política saia. Defendeu ainda que, por meio da reforma, seja estabelecida a paridade de gênero nas candidaturas e para que acabem as coligações proporcionais.
Vontade soberana do povo
Paola Estrada, da Secretaria Operativa Nacional do Plebiscito Popular da Constituinte, lembrou que a consulta popular recebeu 7,7 milhões de votos. Destes, 7,5 milhões votaram a favor a realização da Constituinte. Mais de 1,8 mil comitês populares espalhados em todos os estados coletaram votos.
“Se o Congresso não realiza a Reforma Política, nós realizaremos. Estamos aqui mandatados por 8 milhões de pessoas que participaram do plebiscito. Seguiremos firmes e corajosos até que a vitória seja nossa”, afirmou Paola Estrada.
No ano passado, milhares de pessoas saíram às ruas pedindo melhorias em vários segmentos, inclusive no campo político. O plebiscito foi feito justamente para mostrar que esta continua sendo a vontade do povo.
Segundo Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), só a força da mobilização fará o Congresso convocar o plebiscito oficial. “Se não houver mobilização popular, este Congresso não vai fazer. Se não fosse esta militância, especialmente a juventude, o Brasil não teria o contraponto”, afirmou.
João Pedro Stédile, um dos principais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), destacou que o povo quer também outras melhorias. “O povo quer mudanças para frente, como transporte de qualidade e Reforma Agrária. Todas estas mudanças só serão possíveis se combinarmos com a Reforma Política, porque o poder econômico das empresas sequestrou a democracia no Brasil”, afirmou. (Assessoria da Campanha)